A segunda carta é LA PAPESSE, ou A Papisa, às vezes denominada A SUMA SACERDOTISA, que para Jung pode ser vista simbolizando o arquétipo da Virgem, arquétipo familiar nos mitos e escritos sagrados de muitas culturas. O arquétipo da Virgem prendeu a imaginação de artistas e escultores durante séculos e, para cada mulher, a gravidez a assinala como a pessoa escolhida para ser portadora de um novo espírito.
Hoje, porém, com o movimento de liberação feminina, a Virgem pode ser a inspiração pra esse movimento. A Virgem Maria foi escolhida para um destino unicamente seu, no qual não havia “quarto na estalagem”, assim a mulher é hoje convocada a fim de realizar-se de maneiras para as quais a nossa sociedade coletiva ainda fecha suas portas. Como a Virgem foi obrigada, por vocação, a abrir mão do anonimato e da segurança confortáveis da vida familiar tradicional, e dando à luz o seu novo espírito nas circunstâncias mais humildes, assim hoje as mulheres, para as quais a nova anunciação soou claramente, precisam sacrificar sua segurança e suportar a solidão e a humilhação (não raro em circunstâncias mais árduas do que a rotina de governar a casa e a maternidade) a fim de dar realidade ao novo espírito que se mexe dentro delas. Nessa diligência, poder-se-ia muito bem conceder à Virgem um nicho especial para veneração, porque ela ainda brilha hoje como símbolo único da força universal do princípio feminino. Se bem que dedicada ao serviço do espírito, a Virgem nunca perdeu contato com a própria feminilidade, o que serve de alerta que podemos obter a igualdade com respeito aos direitos e deveres do homem, e aqui não me refiro ao gênero, mas sim a Raça Humana, porém sem perder a nossa essência de Mulher!
Inspirado em JUNG E O TARÔ — Uma jornada arquetípica SALLIE NICHOLS
By Rosi Guimarães



