O Caminho D’ O Sol –>Esta imagem é como um recanto ou jardim circular à beira do caminho; ao mesmo tempo oferece proteção e espaço para soltar a alegria, brincar ou apenas estar a salvo das vibrações que vem de fora. Sobre esse macio tapete de grama um casal pode liberar-se ao amor, um grupo pode divertir-se num pic-nic , uma noiva original pode festejar seu casamento, uma dupla de bons amigos pode manter-se longe de estilingues rivais, um profissional pode curtir seu sucesso e prestígio rodeado de seletos amigos ou colegas, sem se preocupar com as invejas e maledicências de seus concorrentes.
Nesse espaço privado, os raios de sol inundam a clareira e agem como um escudo, aliados às árvores, quase sentinelas naturais. O sol é (quase) sempre bem-vindo, pois seu calor aquece corpo e espírito, e sua luz, ao contrário da lua, amplia até onde podemos ver. Porém, essa mesma luz pode ser uma armadilha. Caso o fulgor seja excessivo, melhor adentrar nesse círculo com cuidado, pois muito esplendor pode, no fundo, impedir-nos de ver realmente.
Acima de tudo, evidentemente, a luz do Sol, se encarada soberbamente de frente, pode levar à cegueira. Se o herói se perder nas celebrações deste arcano ou confundir-se nas vagas da arrogância sempre possível em todo regozijo, aprenderá que quando o brilho do sol não é tratado adequadamente, o resultado é uma queimadura profunda ou uma sombra mais negra.
O Caminho do Julgamento –> Esta carta tem como um de seus significados a renovação e como a flor no caminho d’O Julgamento reflorescemos e nos renovamos. Podemos recolher e reunir nossas partes antes perdidas, fragmentadas ( partidas pelo caminho, quando descobrimos que tudo é mutável, momentâneo e passageiro) ou que foram vividas separadamente e, como ao finalizar um quebra-cabeças, finalmente podemos ver o todo congruente, incluídos nossos acertos e erros passados e suas consequências. Embora já não seja possível modificá-los, podemos ver que eles fazem parte do desenho final. E agora podemos compreender que foram eles, na verdade, que nos trouxeram até onde chegamos e que formam o ser integral que hoje somos.
O Mundo –> O que vemos aqui é a vereda de um casamento, com flores coloridas e um arco enfeitado: a representação de um portal para uma nova vida. É um evento que evoca júbilo, celebração, amor, compartilhamento, alegria, festa, dança. Tudo num local único, que soma mar, terra, ar e fogo, simbolizando uma integração perfeita. Os seres que aí se casam, devem, antes, casar-se consigo mesmos, ao invés de buscar esse êxtase unicamente na realização do complemento com o outro. Aquele que se une a outro sem antes estar unido a si mesmo expõe-se à dissolução- tanto do outro, como de si próprio. Querer tudo a um só tempo, sem estar previamente bem centrado, escancara a sombra deste arcano: a dispersão. E o mesmo se aplica a relações de trabalho e de amizade, planos de viagem, desejos de mudança em geral etc.
Portanto, na minha visão, este é, acima de tudo, o caminho do automatrimônio. “Autocasar” significa aceitar um compromisso de vida consigo mesmo e então celebrá-lo como a tão procurada harmonia entre nós e o mundo. Para isto viemos cobrindo todas as etapas anteriores; para isto fomos vivendo todos os arcanos e seus ensinamentos. Podemos dizer que, aqui, o ser que finalmente se reuniu e reconheceu n’O Julgamento, encontra o ambiente propício para festejar esse alinhamento.
O Mundo nos diz que é hora de fazermos de nós mesmos nosso projeto de vida e assumir isso, amando-nos e respeitando-nos, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, por todos os dias de nossa vida, até que a morte, da Terra, nos separe.
Adaptado: El Tarot Luminar
By Rosi Guimarães