Uma Jornada pelos Arcanos Maiores II

Shadowscapes Tarot

A segunda carta é LA PAPESSE, ou A Papisa, às vezes denominada A SUMA SACERDOTISA, que para Jung pode ser vista simbolizando o arquétipo da Virgem, arquétipo familiar nos mitos e escritos sagrados de muitas culturas. O arquétipo da Virgem prendeu a imaginação de artistas e escultores durante séculos e, para cada mulher, a gravidez a assinala como a pessoa escolhida para ser portadora de um novo espírito.

Hoje, porém, com o movimento de liberação feminina, a Virgem pode ser a inspiração pra esse movimento. A Virgem Maria foi escolhida para um destino unicamente seu, no qual não havia “quarto na estalagem”, assim a mulher é hoje convocada a fim de realizar-se de maneiras para as quais a nossa sociedade coletiva ainda fecha suas portas. Como a Virgem foi obrigada, por vocação, a abrir mão do anonimato e da segurança confortáveis da vida familiar tradicional, e dando à luz o seu novo espírito nas circunstâncias mais humildes, assim hoje as mulheres, para as quais a nova anunciação soou claramente, precisam sacrificar sua segurança e suportar a solidão e a humilhação (não raro em circunstâncias mais árduas do que a rotina de governar a casa e a maternidade) a fim de dar realidade ao novo espírito que se mexe dentro delas. Nessa diligência, poder-se-ia muito bem conceder à Virgem um nicho especial para veneração, porque ela ainda brilha hoje como símbolo único da força universal do princípio feminino. Se bem que dedicada ao serviço do espírito, a Virgem nunca perdeu contato com a própria feminilidade, o que serve de alerta que podemos obter a igualdade com respeito aos direitos e deveres do homem, e aqui não me refiro ao gênero, mas sim a Raça Humana, porém sem perder a nossa essência de Mulher!

Inspirado em JUNG E O TARÔ — Uma jornada arquetípica SALLIE NICHOLS

By Rosi Guimarães

A Sacerdotisa

A Papisa, no tarô clássico, ou A Sacerdotisa, em abordagens modernas, traz ao palco a simbologia de Nutrição da Alma e do Corpo em todas as nuances do poder feminino, através da mãe que abre a coreografia das pequenas dançarinas, representando, com muita graça, a fertilidade e o crescimento.

By Rosi Guimarães

O Mago

Desejo mostrar que o Tarô é muito mais que um oráculo, é uma expressão das artes, não apenas no passado, mas em nossos dias também. O meu objetivo maior é difundir essa Paixão, com P maiúsculo mesmo, para desmistificar junto ao leigo, que pensa que o Tarô é adivinhação. O Tarô tem seu uso terapêutico, tem seu uso como oráculo e tem sua função de disseminar as artes!

Apreciem!

“O Mago”, coreografia que  abre  o espetáculo, é também o primeiro dos arcanos do tarô e marca o início da jornada espiritual. As bailarinas em fila representam o caminho que o Mago tem a percorrer. Plumas em punho, remetem à leveza da vida antes das decisões que pesam ao longo do caminho e do futuro desconhecido

By Rosi Guimarães

 

Uma Jornada pelos Arcanos Maiores — I

Shadowscapes Tarot

A lâmina a seguir é a do MAGO. Um mago sempre está em vias de executar alguns truques. Chamar lhes truques, e é exatamente o que são. Está se aprontando para nos enganar. Sua aparente magia será feita com espelhos, cartas especialmente construídas, cartolas com fundo falso e truques de prestidigitador. Sabemos ser esse o caso, e nosso intelecto, afinal ninguém nos engana – pensamos, está cheio de epítetos como “charlatão” e rótulos como “droga”. Mas, para nosso assombro, observamos que o resto do nosso corpo já se move na direção do mágico, e que a nossa mão se estende agora para o bolso a fim de tirar dali uma moeda com a qual pagaremos o ingresso no espetáculo de mágica.

E mais tarde, quando estivermos sentados na plateia à espera do início do espetáculo, notaremos que o nosso coração bate mais depressa do que o normal e que estamos retendo a respiração. Embora a nossa mente, sempre ela, saiba que o que vamos ver será, quando muito, uma demonstração de habilidade e destreza manual, o resto de nós se comporta como se alguma coisa realmente milagrosa estivesse por acontecer.

Comportamo-nos dessa maneira porque, nos níveis mais profundos do nosso ser, ainda habitamos um mundo de verdadeiro mistério e maravilha – um mundo que opera fora dos limites do espaço e do tempo e além do alcance da lógica e da causalidade. Sentimo-nos atraídos por esse mago externo de maneira tão compulsiva e irracional porque dentro de cada um de nós existe um Mago arquetípico, ainda mais atraente e irresistível do que o que se acha à nossa frente, um mago pronto para demonstrar-nos a milagrosa realidade do nosso mundo interior toda vez que nos sentirmos preparados para dispensar-lhe atenção.

Não admira que o nosso intelecto pare de repente e finque os calcanhares no chão à mera ideia de mágica. Se a nossa mente admitir esse tipo de realidade, arriscar-se-á a perder o império que sua razão construiu, tijolo por tijolo, no decorrer dos séculos. E, contudo, a compulsão do Mago é tão forte em nossa cultura atual que estão sendo finalmente construídas muitas pontes entre o mundo dele e o nosso, sobre as quais a razão pode começar a caminhar com alguma segurança. Vários fenômenos parapsicológicos estão sendo examinados em condições cientificamente controladas. A Meditação Transcendental está atraindo milhares de seguidores ao oferecer provas objetivas dos efeitos salutares da meditação sobre a pressão arterial e os estados de ansiedade. Parece que, em nosso século, as palavras magia e realidade estão se tornando uma só. Estudando O MAGO talvez possamos criar uma nova unidade dentro de nós.

 

Inspirado em JUNG E O TARÔ — Uma jornada arquetípica SALLIE NICHOLS

By Rosi Guimarães

Uma Jornada pelos Arcanos Maiores

Shadowscapes Tarot

 

Em nossa jornada pelos Arcanos, temos lâminas do número um até o número vinte e um, dispostas em sequência, formam três fileiras horizontais de sete cartas cada uma. O LOUCO, cuja designação é zero, não tem posição fixa. Visto que não tem lugar fixo, O LOUCO está livre para espiar os demais personagens e pode também irromper inesperadamente em nossa vida pessoal, do que resulta que, a despeito de todas as intenções conscientes, acabamos fazendo o papel de loucos.

O Louco arquétipo está muito em evidência em nossa cultura moderna. Podemos ver-lhe o equivalente atual, de pé à beira do caminho, estendendo um sorriso esperançoso e um polegar em nossa direção. E se esse personagem representa um aspecto inconsciente de nós mesmos, não podemos deixar de reagir emocionalmente a ele de um modo ou de outro. Alguns se sentirão imediatamente levados a parar e a dar uma carona ao moço que a pedia, lembrados de que eles também, em seus dias de juventude, viveram um período de perambulações despreocupadas antes de sossegar e passar a levar uma vida mais estável. Outros, que nunca bancaram o louco na mocidade, estenderão instintivamente a mão ao caminhante porque este representa um aspecto não vivido de si mesmo, a que eles se sentem inconscientemente atraídos.

Pode acontecer, todavia, que outra pessoa tenha uma reação negativa em relação ao jovem – uma reação tão instantânea e violenta que o fará, de repente, tremer literalmente de raiva. Nesse caso, o motorista calcará o acelerador, rilhará os dentes e fugirá literalmente da vista daquele espectador inocente, murmurando imprecações contra os seus “modos sujos”. Desejará poder deitar as mãos ao “jovem maluco”, e, instalá-lo numa semana de quarenta horas de trabalho, “que é o seu lugar”. “Tanta irresponsabilidade me deixa doente”, resmungará. Na realidade, a sua hostilidade é tão avassaladora que ele talvez comece até a sentir-se doente. Ao voltar para casa, poderá surpreender-se totalmente exaurido de energia e inexplicavelmente cansado. Mas no dia seguinte, quando (e se) a trepidação obsessiva em sua cabeça se tiver atenuado um pouco, poderá abrir-se nela um espaçozinho dentro do qual uma pergunta encontre uma saída sussurrante: “Por que não pode aquele moço com que topei na estrada perambular por aí, se o quiser? Que mal estará fazendo?” Mas o “mal” para o observador já foi feito. A simples vista do sujeito abriu uma lata de minhocas, que saíram da lata serpeando e tropeçando umas nas outras como uma dúzia de perguntas, cada qual exigindo resposta: Como seria levar a vida que levava aquele sujeito? -arrebentar o despertador? — atirar pela janela tudo o que se possuía? — passar a primavera e o verão inteiros vagabundeando debaixo do amplo céu azul? – e assim por diante.

Como não há maneira de tornar a enfiar as minhocas dentro da lata, o nosso motorista poderá sentir-se imobilizado em casa tentando responder às perguntas e sonhando sonhos impossíveis. Com um pouco de sorte, talvez consiga encontrar meios de transformar alguns sonhos em realidade. Coisas estranhas podem acontecer quando defrontamos com um arquétipo.

As reações ao Louco serão, naturalmente, tantas e tão variadas quantas forem às personalidades e experiências de vida dos que se defrontarem com ele. Mas o ponto está em que o ser tocado por um arquétipo sempre evocará uma reação emocional de alguma espécie. Explorando essas reações inconscientes, podemos descobrir o arquétipo que nos está manipulando e livrar-nos, até certo ponto, da sua compulsão. Em resultado disso, da próxima vez que encontrarmos essa figura arquetípica na realidade externa, a nossa resposta não precisará ser tão irracional quanto à acima descrita.

No exemplo que acabamos de citar, a desordem emocional que a vista do “louco” desencadeou e o autoexame que se seguiu podem não ter redundado em nenhuma mudança dramática no estilo de vida da pessoa em apreço. Mas, depois de refletir seriamente em outras possibilidades, ele pode chegar à conclusão de que a vida de vagabundo não lhe convém. Pode achar que, considerando todas as coisas, prefere a estabilidade e a conveniência de um lar, e que gosta tanto de ter um automóvel e outras propriedades que se sente disposto a suar a camisa no escritório para adquiri-las. Mas através do exame de outras possibilidades, terá escolhido o seu estilo de vida mais conscientemente; e, tendo feito as pazes com o seu impulso oculto de bancar o louco, pode encontrar maneiras de expressar essa necessidade no contexto de sua vida atual.

Seja como for, da próxima vez que passar por um vagabundo feliz e dançante na estrada, sentirá mais empatia por ele. Tendo agora escolhido sua própria vida, estará mais disposto a deixar que os outros escolham o seu caminho. E, tendo chegado a um acordo com o renegado na realidade interior, não se sentirá tão hostil e defensivo quando uma figura assim se lhe deparar na realidade exterior. O mais importante de tudo, porém, é que terá experimentado o poder de um arquétipo. Da próxima vez que sair dirigindo o automóvel por aí, compreenderá que não está sentado sozinho no assento do motorista. Saberá que forças misteriosas estão em atividade dentro dele, capazes de guiar-lhe o destino e absorver-lhe a energia de maneiras imprevistas. E estará de sobreaviso. O Louco é um arquétipo compulsivo e, como vimos, muito em evidência nos tempos de hoje. Mas todas as figuras do Taro têm a sua espécie própria de poder e, por serem eternas, estão todas ainda ativas em nós mesmos e em nossa sociedade.

Vamos retratar os Arcanos Maiores nessa jornada!

Inspirado em JUNG E O TARÔ — Uma jornada arquetípica SALLIE NICHOLS

By Rosi Guimarães

Entradas Mais Antigas Anteriores Próxima Entradas mais recentes

CURRÍCULO:

CERTIFICADA COMO CATR PELO THE TAROT CERTIFICATION BOARD OF AMERICA.
CERTIFICADA EM TELEPSIQUISMO, DEFESA PSÍQUICA, CHAKRAS, TÉCNICAS DE REPROGRAMAÇÃO MENTAL PELA UNIDARMA.
MESTRA EM REIKI, SISTEMA USUI E THE WAY OF THE HEART.
FORMADA EM MAGIA, AROMATERAPIA, TERAPIA DOS FLORAIS E ORÁCULO DAS VELAS PELO BUZZERO.
INICIADA NO SAGRADO FEMININO PELA TERAPEUTA LUCI PORCINO.
SACERDOTISA DA ORDEM DE MELQUIZEDEK.


Mestre Interior

Todos tem em si, tudo de que precisam!

marciadeluca

Filosofia de Bem-Viver

Chris Allmeida

Todos tem em si, tudo de que precisam!