O Trunfo do Taro número cinco é O PAPA. Segundo o dogma da Igreja, o Papa é o representante de Deus na Terra. Como tal, infalível. Representa uma figura de autoridade arquetípica, cujo poder ultrapassa o do pai e imperador. Em termos junguianos, representa o Velho Sábio arquetípico.
O arquétipo do Velho Sábio, dramatizado nos profetas hebreus bíblicos e nos santos cristãos, é poderoso ainda hoje. Aparece em nossa sociedade, não raro, como um guru com a cabeça embrulhada num turbante ou como um caminhante idoso e barbudo, envolto numa túnica branca e com sandálias nos pés. Às vezes, terá sido submetido a um treinamento em alguma disciplina espiritual, oriental ou ocidental, e, às vezes, aparece sem pasta. Se recebermos um novo conhecido dessa espécie com lisonjas servis ou se lhe voltarmos às costas em rejeição instantânea, poderemos ter a certeza de que o arquétipo está em ação. Mas o fato de conhecer uma pessoa assim como ser humano pode ajudar-nos a ver que a iluminação espiritual é, afinal de contas, uma questão mais pessoal do que institucional.
Sendo ele mesmo velho e sábio, o Taro retratou o Velho Sábio arquetípico de duas maneiras. O PAPA da carta número cinco mostra-o em sua forma mais institucional, e O EREMITA da carta número nove o retrata como andarilho. Quando estudarmos as duas cartas, teremos ocasião de entrar em contato com essas figuras como forças dentro de nós mesmos. Infelizmente nos dias de hoje, muitas vezes nos defrontamos com pessoas mesquinhas, falsas, enganadoras, que fingem possuírem poderes e se dizem Iluminadas, quando na verdade não passam de charlatões, a espreita do ingênuo…
O conhecimento de tais arquétipos nos ajudará a determinar a extensão em que as qualidades que eles simbolizam estão incorporadas em nós mesmos e em pessoas de nossas relações.
Inspirado em Jung e o Tarô – Sallie Nichols
By Rosi Guimarães





